O QUE O LÍDER NÃO VÊ - Reflexões psicanalíticas sobre escuta, desejo e comando
Apresentação
O QUE O LÍDER NÃO VÊ propõe uma leitura inovadora da liderança ao articular conceitos da psicanálise com os desafios cotidianos da gestão contemporânea. Longe de oferecer fórmulas prontas ou técnicas convencionais, a obra convida o leitor a refletir sobre os aspectos subjetivos que atravessam o exercício da autoridade, especialmente aquilo que é negado, evitado ou não percebido pelo próprio líder.
Por meio de uma linguagem clara e acessível, o livro explora temas como o narcisismo organizacional, o controle excessivo, a escuta simbólica e os efeitos psíquicos do comando sobre líderes e liderados. Apoiado em autores psicanalíticos como Freud, Lacan, Winnicott, o texto constrói uma ponte entre a clínica e o mundo corporativo, revelando como sintomas institucionais como desmotivação, rotatividade, silenciamento e adoecimento emocional, e que podem estar ligados à estrutura simbólica da liderança.
Sem pretensões clínicas, mas com profundidade ética, o livro oferece ao leitor um espaço de reflexão sobre sua própria posição de liderança, incentivando o reconhecimento dos próprios limites, o fortalecimento da escuta e a abertura à alteridade. Trata-se de um convite ao autoconhecimento como ferramenta para uma liderança mais madura, ética e humanizada.
O livro parte da premissa de que liderar não é apenas um ato técnico ou estratégico, mas também uma experiência subjetiva atravessada por afetos, recalques, fantasias, repetições e impasses inconscientes. Ao longo dos capítulos, são apresentados os efeitos simbólicos, emocionais e relacionais que emergem em ambientes onde a liderança se organiza em torno do controle, do narcisismo ou da negação da diferença. A análise é conduzida com profundidade, mas sem perder a clareza didática necessária para alcançar um público que não necessariamente possui formação psicanalítica.
Os capítulos articulam teoria e prática de forma cuidadosa. São discutidos, com exemplos e fundamentação conceitual, os sintomas organizacionais que se manifestam na figura do líder: desde a idealização paralisante e os vínculos de dependência, até a repressão do desejo criativo, a exaustão emocional e os mecanismos de silenciamento coletivo. Para cada impasse, o livro propõe hipóteses interpretativas baseadas em conceitos chave da psicanálise, como a função do significante mestre, o recalque da pulsão, a alienação narcísica e o falso self institucional.
Além de mapear as consequências negativas para a saúde emocional causadas por lideranças muito controladoras, a obra também identifica práticas mais éticas e conscientes de liderança. Esses pontos positivos são examinados a partir de suas virtudes simbólicas, mas também de seus riscos inconscientes, reconhecendo que até mesmo boas intenções podem esconder armadilhas psíquicas quando não são escutadas ou simbolizadas com profundidade.
Foram priorizados efeitos observáveis em contextos reais de liderança, a partir de uma escuta qualificada que articula teoria psicanalítica e prática organizacional. A obra não pretende oferecer receitas prontas, mas abrir espaços de reflexão para que líderes, consultores, analistas institucionais e profissionais da gestão possam olhar com mais profundidade para o que não se vê: os impasses subjetivos que atravessam o desejo de liderar e os efeitos psíquicos que ele provoca em si e nos outros.
Trata-se, portanto, de uma obra destinada àqueles que desejam compreender a liderança como fenômeno humano, atravessado por angústias, limites e também por uma potência simbólica transformadora — desde que sustentada com ética, escuta e responsabilidade.
Por que esta obra é indispensável?
Em um cenário corporativo cada vez mais exigente, marcado por instabilidades, adoecimento emocional e crises de sentido, compreender os aspectos invisíveis que atravessam a função de liderar tornou-se não apenas relevante, mas necessário. Esta obra é uma contribuição inédita nesse campo: ela não busca ensinar a “liderar melhor” a partir de fórmulas genéricas, mas convida o leitor a mergulhar nas camadas inconscientes da autoridade, da escuta e do poder simbólico.
Sua importância reside no fato de revelar que os maiores entraves à liderança muitas vezes não estão no que o líder faz — mas naquilo que ele reprime, ignora ou não simboliza. Ao integrar os fundamentos da psicanálise com uma trajetória sólida em ambientes empresariais, o autor oferece uma leitura ao mesmo tempo profunda e acessível, que permite aos profissionais repensarem suas práticas com mais lucidez, ética e sensibilidade.
Para quem é esta leitura?
Este livro é especialmente indicado para líderes, gestores, consultores, coaches, analistas organizacionais, psicanalistas, psicólogos do trabalho e profissionais que atuam na formação de lideranças. Também é útil para qualquer pessoa interessada em compreender as dinâmicas de poder, desejo, reconhecimento e sofrimento no ambiente organizacional.
Aplicabilidade profissional
A leitura é aplicável em processos de:
- Formação e desenvolvimento de líderes;
- Mediação de conflitos organizacionais;
- Reflexão sobre práticas institucionais adoecedoras;
- Apoio a programas de saúde mental no trabalho;
- Análise crítica de modelos de liderança centrados no controle ou na performance desumanizada.
Uma obra necessária para tempos complexos
Não se trata de uma leitura técnica convencional, mas de um instrumento reflexivo potente, que permite reconhecer sintomas, dar nome a impasses e escutar as vozes que geralmente são silenciadas nos discursos sobre liderança. É uma obra que acolhe a complexidade da condição humana no trabalho, sem simplificações nem idealizações, mas com escuta ética e olhar simbólico.